casa


Fotografia de Mario Giacomelli.
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Também acredito nisso, nessa vaga mão, nesse vago gesto, nessas paredes curvas do universo. Também sei disso, dessa sempre hasteada questão , desses espúrios anseios de experimentar o que outros são - esses que são violentamente. Custa a respirar, aqui. Está pequenino, aqui. Ridículo, fugir daqui para ali, num espaço que é sempre o mesmo, e tão exíguo. Também acredito nisso, na salvação dos minúsculos seres sem visto, defendo que se erijam pontes para o pequeno bicho. Eu sei disso, desse absoluto talento para ser desirmanada (veio-me à mente uma meia rota e um sapato de sola rachada), para espécie que se auto-extingue por não ser nada.
Procuro entender-te, ó fragilíssima flor.
Tantas imagens em tão escasso tempo... Tanta referência, tanto duplo sentido, tanta entrada lexical, num espaço tão imediatamente simples. Nem no descanso eu descaso. Nem no descanso há descanso. Batalhas de marinheiros disformes. Sempre sempre sempre! E se não há guerra, então... que se invente!
Há uma casa e eu estou nela. Reina a paz. E eu com ela.