horas pálidas e azuis


Rainer Maria Rilke, Primeiros Poemas : Advento (1898)
(pref., selec. e trad. de Paulo Quintela)
________________________________
 
Para que me arrancais das minhas horas pálidas
E azuis, para o enredado brilho
Dos círculos rodopiantes?
Não gosto já de ver vossa loucura.
Quero, como criança doente num quarto,
Sozinho, com secreto sorriso, baixinho,
Baixinho - construir dias e sonhos.




Was rißt ihr aus meinen blassen, blauen
Stunden mich in der wirbelnden Kreise
wirres Geflimmer?
Ich mag nicht mehr euren Wahnsinn schauen.
Ich will wie ein Kind im Krankenzimmer
einsam, mit heimlichem Lächeln, leise,
leise - Tage und Träume bauen.