sangrar porco


Fotografia de Sabine Pigalle.
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Se lhe dessem a escolher, matava. Era uma mulher-sangue, na sua aparência exangue, e só fixava as pessoas. Com o olhar despovoado. Quem lhe dera! a morte em série de todos os que a queriam, dos que a amavam com um desvio tosco do corpo, dos que a diziam entre o bife e o cognac. Não dormia, só para mais vivamente sonhar a dor com que morreriam. Se lhe contassem uma verdade... Se alguém lhe balbuciasse uma palavra nua... Homicida mental de talento, esta mulher vivia sob a chuva eterna, sob o vento.